Existem dezenas de espécies de árvores da família Burseraceas que produzem qualidades diferentes de “Breuzinho” ou “Breu”.
Mas é somente uma espécie que produz a resina que conhecemos por “breu-branco”, a mais aromática e com maior quantidade de propriedades medicinais que as outras.
Encontramos esta árvore na floresta Amazônica e também em outras regiões do país, como em Minas Gerais, Bahia e Goiás, e em países como Suriname, Colômbia, Venezuela e Paraguai. Ela tem porte médio e é conhecida como Almécega, de nome científico Protium heptaphyllum e pode chegar a medir mais de 30m de altura.
É uma árvore aromática em todas as suas partes.
Popularmente, esta árvore também é conhecida como breu, breu branco do campo, amescla, almécega brava, erva feiticeira, mescla, mirra brasileira, incenso e outros.
Do seu tronco escorre uma seiva branca e brilhante de aroma peculiar e agradável. Esta seiva é colhida há milhares de anos pelos povos nativos e utilizada em rituais de cura, cerimônias sagradas, para “afastar maus espíritos” e, também, como medicamento para a cura do corpo físico.
Breuzinho é como os ribeirinhos e índios da Amazônia a chamam carinhosamente.
Os povos nativos, ao saberem que alguma doença assolava outras tribos próximas, montavam um braseiro e queimavam a resina intensamente, até que uma cortina da fumaça do Breuzinho se instalasse sobre a tribo. Eles alimentavam o braseiro com a resina por dias, até que o perigo da contaminação deixasse de existir.
A extração da resina não implica no derrubamento da árvore, ela é extraída da mesma forma que extrai a borracha das seingueiras e a sua extração de forma correta estimula maior produção da resina na árvore.
Hoje, a resina de Breu é utilizada em diversos setores da indústria, como na fabricação de verniz, tintas, velas e amplamente empregada na indústria cosmética, de perfumes e, também, para a produção de produtos de higiene. As grandes marcas e empresas de cosméticos têm autorização do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético para a exploração da resina do Breuzinho na floresta Amazônica, desde que realizada de forma sustentável e benéfica para a sociedade exploradora.
Muitas das propriedades medicinais e terapêuticas do Breu são cientificamente comprovadas. A resina contém propriedades analgésicas, antiinflamatórias e gastoprotetoras (estudos e pesquisas realizados pelo Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Universidade Federal do Ceará). E sabemos que a resina tem um potencial ainda mais abrangente, tendo em vista que se podem realizar estudos de maior aprofundamento, para se conhecer cientificamente outros benefícios que esta resina nos traz.
Existem diversos relatos de pessoas que, após a utilização do Breuzinho, entraram em contato com um estado de regressão e com informações até então escondidas em suas memórias. No plano sutil, o Breuzinho atua no inconsciente, nos sonhos e na região mística do cérebro.
Na medicina popular, as propriedades do breu são indicadas para os tratamentos de asma, bronquite, sinusite, renite, dores de estômago, mau funcionamento do fígado, problemas de memória, epilepsia, estresse; fortalecer o sistema nervoso central; é oxigenador celular; auxilia na concentração; na coordenação motora; e acalma estados agitados.
A resina também é utilizada como incenso para limpeza de ambiente espiritual, afasta as energias negativas e deixa o ambiente harmônico e saudável.
O Padre José de Anchieta, quando celebrou sua primeira missa em solo brasileiro, utilizou a resina do Breuzinho em seu ritual e chamou-a de “A Mirra Brasileira” (informação cedida pelo Registro de arquivos históricos Universidade Federal do Rio de Janeiro – FioCruz). Desta maneira, naquele evento histórico místico-religioso, esta resina foi consagrada como “O Aroma Esotérico Brasileiro”.
O Breu-branco representa para o Brasil e para a América do Sul o mesmo que o Sândalo representa para Índia ou o que a Mirra representa para o Oriente Médio.
A Almécega é uma das nobres riquezas que encontramos no coração de nosso país, na Floresta Amazônica, onde, sem sombra de dúvida, contém os segredos da cura dos grandes males da nossa geração.
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