x70.jpg.pagespeed.ic .cjCa1KmWM9

Substância isolada do Breu-branco da Amazônia reduz gordura corporal

A substância Amirona, encontrada na resina do Breu-Branco (planta encontrada em toda parte da Amazônia), mostrou-se eficiente na redução da gordura corporal de camundongos Substância isolada de uma planta da Amazônia poderá se transformar em um medicamento com potencial na redução da obesidade e de outras síndromes metabólicas. A Amirona, encontrada na parte resinosa do Breu-Branco (Protium spruceanum Benth), reduziu consideravelmente a gordura corporal de camundongos em experimento realizado em laboratório do curso de Farmácia da Ufam. A experiência ocorreu no Laboratório de Atividade Biológica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, coordenado pelo professor Emerson Lima, do curso de Farmácia da Ufam, e consistiu na ingestão da substância em animais obesos. Os roedores foram submetidos a uma dieta intensamente calórica até atingirem a obesidade. Em seguida, um grupo recebeu doses de Amirona e, outro grupo, doses de Xenical, um dos medicamentos atualmente no mercado para tratamento da obesidade. A Amirona mostrou-se mais eficiente na diminuição da gordura corporal, enquanto que o Xenical, apesar de também ter reduzido o peso dos camundongos, apresentou menor intensidade. A redução do peso, dos que ingeriram a Amirona, ficou negativa em relação ao outro grupo que ingeriu o Xenical. A pesquisa teve início com o aluno de doutorado de Química, André Luis Rüdiger, do Q-Bioma, que mapeou várias espécies de prótion (gênero da família do Breu) e passou a estudar quimicamente, basicamente as resinas, procurando isolar moléculas (triterpenos). Depois o material foi levado pela estudante de Pibic do curso de Farmácia, Débora Braz(hoje professora), para o Laboratório de Atividade Biológica da FCF, para testes biológicos de compostos. A partir de vários ensaios observou-se que o Breu tinha duas partes: uma volátil (responsável pelo cheiro) e outra resinosa (onde estão às substâncias Amirina, que contém 70% da massa do Breu e, a Amirona, entre outras substâncias). Depois de analisar as amostras (processo de detecção do princípio ativo), verificou-se que a substância Amirona apresentava uma ação que inibia a lipase (uma enzima produzida no pâncreas que age na diminuição da absorção de gordura). Como as duas substâncias apresentaram níveis diferentes de ação foi preciso sintetizar a Amirona (trabalho da doutoranda Rosilene Silva) para tê-la em maior quantidade. A partir deste processo foi possível realizar a experiência com camundongos. Além da perda significativa de gordura, a substância reduziu também a glicemia e o triglicerídeo do animal. Isto abre uma perspectiva enorme para tratamento de pacientes que tenham síndrome metabólica (pacientes que apresentam sintomas de várias doenças ao mesmo tempo). O próximo passo da pesquisa é analisar a toxicidade da substância no organismo dos camundongos. “Esse tipo de pesquisa é benéfica em vários aspectos, não só porque pode resultar no desenvolvimento de uma medicação para tratar o diabetes, o colesterol alto, a hipertensão, a inflamação, entre outras possíveis atividades da Amirona, mas porque a imagem da Universidade é ressaltada. Mostramos para a sociedade que pulamos os muros da academia para levar soluções e desmistificar a ideia de que aqui é um lugar onde não se produz nada. Mostrar que estamos empenhados em resolver as demandas sociais e que o espaço da pesquisa é formado por pessoas compromissadas. A universidade tem um papel importante na produção de novas tecnologias que vão favorecer a população. A possibilidade de produzir um único medicamento para tratar diversas síndromes é uma esperança para muita gente. Além de reduzir a gordura corporal, a substância diminuiu a glicemia, o que abre a possibilidade de tratamento do diabetes. Os extratos de plantas amazônicas sempre despertaram interesse de pesquisadores na busca de novos medicamentos. Neste momento não podemos afirmar que a substância irá se transformar em um medicamento. Ainda precisa passar por diversas etapas (alguns anos) até ser aprovado para o uso humano”, afirmou o pesquisador Emerson Lima.   Fonte da Matéria: Site da Universidade Federal do Amazônia 

Outros posts do blog